sábado, 30 de maio de 2009

31 de maio – Dia mundial do Sem Tabaco

Os primeiros tabacos foram consumidos na América Central, por volta de 1000 a.C.. Porém, a droga só chegou ao continente europeu depois do descobrimento do Brasil. Até a Primeira Guerra Mundial, o cigarro era restrito às camadas marginalizadas da Europa e dos Estados Unidos. Contudo, na segunda metade do século passado, ele virou símbolo de status e modernidade. Os cidadãos eram bombardeados por filmes e comerciais que mostravam o luxo que era fumar, como se o ato fosse louvável.

Já em 1971, foi proibido o anúncio de cigarros na televisão estadunidense, mas, infelizmente, no Brasil isso só ocorreu trinta anos depois. Enquanto nos Estados Unidos, as empresas de cigarro gastavam milhões de dólares para tentarem convencer os estados de que o produto não era maléfico, no Brasil, elas agiam livremente, causando assim, a morte prematura de centenas de pessoas.

Segundo o livro Mortality from Smoking in Developed Countries, três milhões de pessoas morrem todo ano por causa do cigarro, isto é, seis pessoas por minuto. O cigarro é responsável por 90% das mortes de câncer de pulmão. Além disso, ele também pode causar outras sérias doenças, como outros tipos de câncer, infartos, bronquites, impotência sexual, dentre outras.

Já um estudo realizado pela Agência para Proteção do Ambiente (EPA) em 1993, conclui que a fumaça do cigarro é um carcinógeno do Grupo A, o mais perigoso. Ademais, o estudo também afirmou que a fumaça é responsável por 3000 mortes por ano de não-fumantes nos EUA. Infelizmente, os fumantes passivos que são prejudicados pela fumaça do cigarro não se limitam a esse número, já ela também causa irritação nos olhos, tosse, dor de cabeça e exacerbação de problemas alérgicos e cardíacos.

Muitos estudiosos acreditam que é bem mais difícil largar o cigarro, do que a bebida, a maconha ou até mesmo o crack. Isto porque, a nicotina consegue atingir com êxito a região do cérebro responsável pelo prazer. Assim, 80% dos fumantes que querem largar o hábito, fracassam na tentativa.

Hoje, é provado que o cigarro é extremamente maléfico para todas as pessoas. Por isso, felizmente, a legislação da maioria dos países, inclusive a do Brasil, estão criando leis para proteger os não-fumantes. As propagandas de cigarro, como as vistas no carro do piloto Ayrton Senna ou as expostas em revistas, são proibidas no país. Já o Estado de São Paulo progrediu ainda mais: aprovou o projeto de lei 577/08 que proíbe o fumo em todos os lugares públicos e privados cobertos.

Através de leis que proíbem a banalização do cigarro, de campanhas que conscientizam a população dos males da nicotina e da auto-reflexão dos viciados, a idéia de que o cigarro é cool vai perdendo espaço em todo o mundo. Desse modo, adolescentes não mais começarão a fumar para serem notados, pais largarão o hábito para preservar os filhos e famosos não irão mais vestir a camisa de empresas assassinas. Por isso, hoje, comemoro o Dia Mundial Sem Tabaco.

Daniela Del Carlo Bernardi



sexta-feira, 29 de maio de 2009

A Despedida

O dia 29 de maio de 2009 começou cinzento na capital paulista, como um dia de luto deve ser. Poderá ser o último a ver uma edição do jornal Gazeta Mercantil.


Capa da edição do dia 29/05/09 da GZM, possivelmente a última do jornal

Em comunicado publicado na data, a Companhia Brasileira de Multimídia, através de sua Editora JB S.A. informou que não mais publicaria o periódico, deixando-o inteiramente nas mãos do Sr. Luiz Fernando Ferreira Levy e sua Gazeta Mercantil S.A. como responsável pela edição e comercialização deste.

Os problemas econômicos que suscitaram tal ação por parte da CBM já vem de longa data. Segundo o site Comunique-se, há cinco meses os correspondentes do jornal não recebiam ajuda de custo em suas matérias, tendo que tirar dinheiro do próprio bolso para realizá-las, uma mostra de dignidade, honra, caráter e integridade, mas principalmente, de força de vontade por parte de seus membros. Em declaração para o mesmo site, Djair de Souza Rosa, diretor jurídico do grupo CBM, coloca que a razão para este afastamento se deve a errônea atribuição de dívidas “que absolutamente não são da Editora JB, e sim da Gazeta Mercantil S.A., de propriedade do Sr. Luiz Fernando Levy. Não há implicação de multa à parte que rescinde, dadas as razões da rescisão enumeradas no ‘Comunicado’” publicado na capa do jornal desta segunda-feira. Apesar disto, o advogado Carlo Frederico Muller, representante da Problem Solver, depositária da marca do jornal, diz que a tentativa da CBM de se ausentar destes débitos é inócua, pois “já houve reconhecimento da solidariedade da CBM a essa dívida, e não cabe recurso ao mérito”.

É triste, para nós colegas de trabalho, vermos, sem chance de resposta, um jornal do porte da Gazeta Mercantil sair de circulação. Porém, o que mais acredito impactar em todos os membros desta profissão é que este fim não se dá pelo recuo da mídia impressa, mas sim por uma má gerência da publicação. Não pretendo aqui fazer críticas à CBM ou a Gazeta Mercantil S.A., ou aos seus proprietários, mas quero deixar meus agradecimentos ao corpo de jornalistas que constituíram (e, espero eu, voltem a constituir) esta publicação, e a todos que um dia ajudaram na manutenção e preservação deste jornal.

Para aqueles que querem saber mais sobre a história desta publicação e dos seus percalços, recomendo este texto, do Sr. Thales Guaracy, que trabalhou na GZM desde de 1986.

http://www.comunique-se.com.br/index.asp?p=Conteudo/NewsShow.asp&p2=idnot%3D52302%26Editoria%3D237%26Op2%3D1%26Op3%3D0%26pid%3D115823828241%26fnt%3Dfntnl

E que melhores dias cheguem até nós.